Em 2016, quando a startup faliu, fiquei só com cinquenta mil euros no bolso. Passei sete dias e sete noites a olhar para o gráfico de velas da exchange e, no fim, decidi arriscar — comprei 8 bitcoins a seis mil cada um. Mergulhei de cabeça e já lá vão oito anos de montanha-russa.

**Primeira lição: nunca deixes o capital evaporar**

No mundo das criptomoedas, abundam os mitos dos "100x em três meses", mas ninguém te diz que, na maioria dos casos, quem mostra esses prints acaba por perder até os calções. Arranjei um método caseiro — "quando ganhar metade, retiro o capital": não interessa o ativo, se o lucro em carteira ultrapassar os 50%, meto o capital inicial ao bolso e o resto logo se vê.

Na grande bull run de 2017, a conta passou de 50 mil para 800 mil. Fiquei convencido de que ia chegar ao milhão. Mas em 2018 veio a queda e desceu direto para 180 mil. Foi aí, depois de ser arrastado pelo mercado, que percebi — os números na tela são ilusórios, só conta o que está no bolso. Desde então, deixei de sonhar com "moedas de mil vezes" e passei a proteger o capital.

Este truque salvou-me no colapso do LUNA em 2022 e na falência da FTX em 2023 — o capital já estava guardado no cofre, e os lucros perdidos só doeram durante dois dias.

**Segunda lição: não toques no que não entendes**

As tendências nas criptomoedas mudam mais rápido do que o tempo — hoje é IEO, amanhã Layer2, depois aparece o RWA. Mas tenho uma regra de ouro: se não percebo, prefiro perder a oportunidade do que andar a inventar.

Em 2019, quando as IEO estavam ao rubro, fiquei a ver de fora. Antes da febre das Layer2 em 2021, passei meio ano a ler whitepapers e documentos técnicos antes de investir a sério. Equipa, modelo económico, lógica técnica — se algum destes três pontos não me convence, dou meia volta.