É irónico, na verdade, que aquele que sempre brandiu o bastão das tarifas, desta vez realmente levantou uma pedra e feriu o próprio pé.

No dia 14 de novembro, a Casa Branca de repente emitiu um comunicado, dizendo que iria cancelar tarifas recíprocas sobre mais de 200 produtos agrícolas, como café, carne bovina, bananas, todos itens que o povo consome diariamente estão na lista. À primeira vista, parece um ajuste técnico, mas na verdade? Isso é uma rendição política completa.

Vamos falar sobre as carteiras das pessoas comuns. O preço do café disparou 18,9% este ano, a carne de vaca subiu quase 13% e até as bananas estão 7% mais caras do que no ano passado. Isso não são dados econômicos abstratos, são contas reais que estão na mesa das famílias americanas. Em setembro, o CPI subiu 3% em relação ao ano anterior, embora seja um pouco menor do que aqueles números aterrorizantes de 2022, os preços dos alimentos, que são necessidades básicas, continuam a subir. Como os eleitores não ficariam preocupados?

Lembro-me de que antes, no Air Force One, aquela pessoa disse com tanta certeza que "os impostos não têm relação com a inflação". E agora? A política deu uma guinada brusca, isso não é admitir com ações que a guerra tarifária foi perdida? Não importa quão bonitas sejam as palavras, a cesta de compras e a carteira não podem ser enganadas.

O que é ainda mais preocupante são os resultados das eleições locais. Nas eleições de novembro, o Partido Democrata varreu tudo com o slogan "tornar a vida acessível". Os eleitores se manifestaram nas urnas - 56% das pessoas não aceitaram as políticas econômicas atuais. A ansiedade em relação à inflação já abalou a base eleitoral, e isso não é uma brincadeira.

Olha novamente a lista de isenções, produtos como café e carne de vaca foram todos selecionados a dedo, é evidente que isso é uma manobra de relações públicas voltada para os grupos de rendimentos baixos e médios. Afinal, essas pessoas são a chave para as eleições, e quando os preços sobem, são os primeiros a não aguentar.

No fim das contas, esta guerra comercial de tarifas foi uma aposta desde o início. Agora a conta chegou, e quem paga são os cidadãos comuns. Cancelar as tarifas pode aliviar temporariamente a pressão sobre os preços, mas a credibilidade e a coerência das políticas já foram destruídas. O que o mercado mais teme é a mudança constante de ordens, e essa atitude instável pode causar danos à economia e aos mercados financeiros que podem ser maiores do que as próprias tarifas.