Portanto, a Fed está a planear cortes nas taxas em 2025—mas o que é que isso significa realmente para os bancos e empresas de fintech?

É assim: taxas de juro mais baixas normalmente comprimem as margens de lucro dos bancos. Porquê? Porque o spread entre o que pagam aos depositantes e o que cobram aos mutuários diminui. Os bancos tradicionais podem sentir mais o impacto, especialmente aqueles que dependem fortemente do rendimento de juros.

E as fintech? Aí é que a coisa fica interessante. Os cortes nas taxas podem ser uma faca de dois gumes. Por um lado, custos de financiamento mais baixos podem impulsionar plataformas de crédito e processadores de pagamentos—pense em mais empréstimos ao consumidor, mais transações, mais impulso de crescimento. Por outro lado, fintechs que dependem de produtos remunerados (como contas poupança ou ferramentas de gestão de tesouraria) também podem ver as margens comprimidas.

Há ainda a questão regulatória. À medida que os bancos centrais aliviam a política, será que a supervisão vai apertar ou afrouxar para os players da finança digital? E quanto às fintechs ligadas às criptomoedas? Historicamente, taxas mais baixas fazem com que os investidores procurem ativos de maior risco. Poderemos assistir a uma renovação dos fluxos de capital para infraestruturas blockchain, plataformas DeFi ou alternativas de banca digital?

Uma coisa é certa: a mudança da política monetária em 2025 não vai apenas remodelar Wall Street—vai ter impacto em todos os cantos da finança digital. Quer esteja a construir o próximo neobanco ou apenas a assistir de fora, perceber estes movimentos macroeconómicos é mais importante do que nunca.