O mercado agora já dá como certo um corte de 25 pontos base nas taxas em dezembro, com a probabilidade praticamente nos 100%. O Powell desta vez não tem grande margem de manobra, o que realmente importa é a atualização do gráfico de pontos e o que ele vai dizer na conferência de imprensa.

Na verdade, dezembro do ano passado foi bastante semelhante ao que vemos agora — corte de taxas mais a eleição do Trump, e o sentimento de mercado também estava em alta. No final, o Powell na conferência cortou diretamente a maioria das expectativas de cortes para 2025, o que derrubou imediatamente os mercados.

Mas o que aconteceu realmente em 2025? Houve 4 cortes, num total de 100 pontos base, muito acima do que o gráfico de pontos indicava na altura. Por isso, a Fed diz uma coisa, mas quando chega a hora de agir, o que conta mesmo são os dados económicos. Se os dados continuarem a enfraquecer, mesmo que a inflação continue baixa, se for preciso cortar, cortam.

Onde estão agora os pontos de risco? Os indicadores avançados como o ISM Manufactura e as vagas de emprego no JOLTS têm vindo a cair consecutivamente, e o mercado já começa a apostar numa aterragem suave ou até numa ligeira recessão para a economia dos EUA em 2026.

Mas por outro lado, desde que haja sinais claros de desaceleração económica nos EUA no primeiro semestre de 2026, a Fed vai acabar por regressar ao caminho do "apoio ao crescimento". As probabilidades são de que o número real de cortes supere novamente o previsto no gráfico de pontos.

Ainda por cima, com o Trump a afirmar claramente que prefere um ambiente de juros baixos, 2026 pode mesmo ser um "ano dos cortes". Nessa altura, as bolsas americanas e o mercado cripto deverão ter boas oportunidades de valorização.