Quando decides investir em ações, uma das primeiras decisões é determinar que tipo de instrumento se ajusta ao teu perfil. As empresas públicas oferecem duas categorias principais: ações preferenciais e ações comuns. Embora ambas representem propriedade na empresa, as suas características, benefícios e riscos são substancialmente diferentes.
A Estrutura Base: Como Funcionam Ambos os Tipos?
As ações preferenciais ocupam uma posição intermédia na estrutura de capital corporativo, funcionando como um híbrido entre instrumentos de dívida tradicionais e capital acionista. Caracterizam-se por oferecer dividendos predeterminados, geralmente com taxas fixas ou preestabelecidas. No entanto, ao contrário dos títulos, não criam uma obrigação legal de reembolso do capital investido.
As ações comuns, por sua vez, representam a forma mais tradicional de participação acionária. Conferem aos seus detentores direitos de voto significativos em assembleias corporativas, permitindo influenciar decisões estratégicas como a eleição de gestores. Embora os dividendos sejam possíveis, o seu montante depende inteiramente do desempenho financeiro da companhia.
Direitos Incorporados: A Diferença Chave
A distinção mais evidente entre estes investimentos reside no poder de decisão. Enquanto que os detentores de ações preferenciais carecem de direitos de voto em assuntos corporativos, os acionistas comuns participam ativamente na governança empresarial. Esta ausência de voto nas preferenciais é compensada com garantias financeiras mais sólidas.
Em caso de insolvência ou liquidação da empresa, a hierarquia de pagamentos coloca os detentores de ações preferenciais à frente dos acionistas comuns, embora sempre após os credores e detentores de títulos de dívida. Os acionistas comuns enfrentam o risco de perder o seu investimento mais facilmente nestes cenários críticos.
Relativamente aos dividendos, os acionistas preferenciais contam com garantias superiores. Os seus pagamentos são prioritários e, em muitas variantes (particularmente as acumulativas), os dividendos não pagos acumulam-se para períodos posteriores, garantindo uma eventual compensação.
Tipologias Dentro de Cada Categoria
As ações preferenciais apresentam múltiplas variantes desenhadas para estratégias específicas:
Acumulativas: Acumulam dividendos atrasados para pagamentos futuros
Convertíveis: Podem transformar-se em ações comuns sob condições pactuadas
Resgatáveis: A empresa pode recomprá-las em momento determinado
Participativas: Vinculam dividendos ao desempenho financeiro da companhia
As ações comuns também possuem subcategorias, como aquelas sem direito a voto (permitindo participar nos lucros sem influência decisória) ou de classes múltiplas, onde diferentes categorias têm direitos de voto e dividendos desiguais.
Desempenho Histórico: Evidência de Comportamento Diferenciado
Os índices de mercado demonstram claramente como estes investimentos evoluem sob diferentes condições económicas. Durante um período de cinco anos marcado por mudanças na política monetária:
O S&P U.S. Preferred Stock Index (que representa aproximadamente 71% do mercado de ações preferenciais negociadas nos EUA) experimentou uma queda de 18,05%
O S&P 500, dominado por ações comuns, registou um aumento de 57,60%
Esta divergência ilustra como as ações preferenciais, sensíveis a mudanças nas taxas de juro, atuam de forma semelhante aos títulos, enquanto que as ações comuns capturam o potencial de crescimento económico e inovação empresarial.
Análise de Riscos e Retornos
Ações preferenciais:
Risco baixo, com retornos previsíveis
Potencial de crescimento limitado por taxas de juro vigentes
Menor liquidez nos mercados, com restrições de venda
Segurança aumentada em cenários de crise empresarial
Dividendos podem ser suspensos durante instabilidade financeira severa
Ações comuns:
Risco significativo, sujeitas à volatilidade de mercado
Potencial de valorização substancial ligado ao sucesso corporativo
Alta liquidez, permitindo transações rápidas em mercados principais
Exposição direta a ciclos económicos e decisões empresariais
Dividendos variáveis ou inexistentes em períodos de baixo desempenho
Perfis de Investidor: A Escolha do Teu Instrumento
Para investidores conservadores:
As ações preferenciais alinham-se com quem prioriza estabilidade de rendimentos. Tipicamente, estes são indivíduos em fase de reforma, preservação de capital, ou aqueles com aversão ao risco que valorizam fluxos de caixa previsíveis.
Para investidores orientados ao crescimento:
As ações comuns atraem quem aceita volatilidade em troca de potencial de ganhos significativos. Estes investidores contam com horizontes temporais amplos para superar flutuações de curto prazo e procuram aumentar o valor da sua carteira a longo prazo.
Estratégia de diversificação:
A combinação de ambas as categorias permite construir carteiras equilibradas, misturando os benefícios de renda fixa (por via das preferenciais) com potencial de crescimento (por via das comuns), ajustando a exposição ao risco conforme os teus objetivos pessoais.
Tabela Comparativa Essencial
Aspecto
Ações Preferenciais
Ações Comuns
Direitos de Voto
Não possuem
Participam nas decisões
Dividendos
Taxa fixa ou prioritária
Variável conforme rentabilidade
Potencial de Crescimento
Baixo, sensível às taxas de juro
Alto, sujeito à volatilidade
Prioridade em Liquidação
Superior às comuns, inferior à dívida
Última na linha de pagamentos
Risco Geral
Baixo
Significativo
Liquidez de Mercado
Limitada
Potencialmente alta
Como Começar o Teu Investimento
Passo 1: Selecionar corretor regulado
Escolhe uma plataforma fiável e autorizada que ofereça acesso a ambos os tipos de instrumentos.
Passo 2: Constituir a tua conta
Preenche os dados pessoais e financeiros requeridos, realizando o depósito inicial.
Passo 3: Desenvolver estratégia
Analisa profundamente a empresa: desempenho financeiro, posição setorial, perspetivas de crescimento.
Passo 4: Executar ordens
Utiliza ordens “a mercado” (preço atual) ou “limitadas” (preço fixado). Também podes considerar CFDs sobre estas ações se o teu corretor os oferecer.
Reflexão Final
A escolha entre ações preferenciais e ações comuns não é uma questão de qual é “melhor”, mas qual se adapta à tua situação financeira, horizonte temporal e tolerância ao risco. Os dados históricos do S&P U.S. Preferred Stock Index versus o S&P 500 demonstram que estes investimentos respondem a dinâmicas completamente distintas, refletindo como as mudanças macroeconómicas impactam de forma diferenciada cada categoria. Uma estratégia informada combina conhecimento de ambos os tipos com disciplina na diversificação e monitorização contínua do teu investimento.
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Ações Preferenciais vs Comuns: Guia Prático para Escolher o seu Investimento
Quando decides investir em ações, uma das primeiras decisões é determinar que tipo de instrumento se ajusta ao teu perfil. As empresas públicas oferecem duas categorias principais: ações preferenciais e ações comuns. Embora ambas representem propriedade na empresa, as suas características, benefícios e riscos são substancialmente diferentes.
A Estrutura Base: Como Funcionam Ambos os Tipos?
As ações preferenciais ocupam uma posição intermédia na estrutura de capital corporativo, funcionando como um híbrido entre instrumentos de dívida tradicionais e capital acionista. Caracterizam-se por oferecer dividendos predeterminados, geralmente com taxas fixas ou preestabelecidas. No entanto, ao contrário dos títulos, não criam uma obrigação legal de reembolso do capital investido.
As ações comuns, por sua vez, representam a forma mais tradicional de participação acionária. Conferem aos seus detentores direitos de voto significativos em assembleias corporativas, permitindo influenciar decisões estratégicas como a eleição de gestores. Embora os dividendos sejam possíveis, o seu montante depende inteiramente do desempenho financeiro da companhia.
Direitos Incorporados: A Diferença Chave
A distinção mais evidente entre estes investimentos reside no poder de decisão. Enquanto que os detentores de ações preferenciais carecem de direitos de voto em assuntos corporativos, os acionistas comuns participam ativamente na governança empresarial. Esta ausência de voto nas preferenciais é compensada com garantias financeiras mais sólidas.
Em caso de insolvência ou liquidação da empresa, a hierarquia de pagamentos coloca os detentores de ações preferenciais à frente dos acionistas comuns, embora sempre após os credores e detentores de títulos de dívida. Os acionistas comuns enfrentam o risco de perder o seu investimento mais facilmente nestes cenários críticos.
Relativamente aos dividendos, os acionistas preferenciais contam com garantias superiores. Os seus pagamentos são prioritários e, em muitas variantes (particularmente as acumulativas), os dividendos não pagos acumulam-se para períodos posteriores, garantindo uma eventual compensação.
Tipologias Dentro de Cada Categoria
As ações preferenciais apresentam múltiplas variantes desenhadas para estratégias específicas:
As ações comuns também possuem subcategorias, como aquelas sem direito a voto (permitindo participar nos lucros sem influência decisória) ou de classes múltiplas, onde diferentes categorias têm direitos de voto e dividendos desiguais.
Desempenho Histórico: Evidência de Comportamento Diferenciado
Os índices de mercado demonstram claramente como estes investimentos evoluem sob diferentes condições económicas. Durante um período de cinco anos marcado por mudanças na política monetária:
Esta divergência ilustra como as ações preferenciais, sensíveis a mudanças nas taxas de juro, atuam de forma semelhante aos títulos, enquanto que as ações comuns capturam o potencial de crescimento económico e inovação empresarial.
Análise de Riscos e Retornos
Ações preferenciais:
Ações comuns:
Perfis de Investidor: A Escolha do Teu Instrumento
Para investidores conservadores: As ações preferenciais alinham-se com quem prioriza estabilidade de rendimentos. Tipicamente, estes são indivíduos em fase de reforma, preservação de capital, ou aqueles com aversão ao risco que valorizam fluxos de caixa previsíveis.
Para investidores orientados ao crescimento: As ações comuns atraem quem aceita volatilidade em troca de potencial de ganhos significativos. Estes investidores contam com horizontes temporais amplos para superar flutuações de curto prazo e procuram aumentar o valor da sua carteira a longo prazo.
Estratégia de diversificação: A combinação de ambas as categorias permite construir carteiras equilibradas, misturando os benefícios de renda fixa (por via das preferenciais) com potencial de crescimento (por via das comuns), ajustando a exposição ao risco conforme os teus objetivos pessoais.
Tabela Comparativa Essencial
Como Começar o Teu Investimento
Passo 1: Selecionar corretor regulado
Escolhe uma plataforma fiável e autorizada que ofereça acesso a ambos os tipos de instrumentos.
Passo 2: Constituir a tua conta
Preenche os dados pessoais e financeiros requeridos, realizando o depósito inicial.
Passo 3: Desenvolver estratégia
Analisa profundamente a empresa: desempenho financeiro, posição setorial, perspetivas de crescimento.
Passo 4: Executar ordens
Utiliza ordens “a mercado” (preço atual) ou “limitadas” (preço fixado). Também podes considerar CFDs sobre estas ações se o teu corretor os oferecer.
Reflexão Final
A escolha entre ações preferenciais e ações comuns não é uma questão de qual é “melhor”, mas qual se adapta à tua situação financeira, horizonte temporal e tolerância ao risco. Os dados históricos do S&P U.S. Preferred Stock Index versus o S&P 500 demonstram que estes investimentos respondem a dinâmicas completamente distintas, refletindo como as mudanças macroeconómicas impactam de forma diferenciada cada categoria. Uma estratégia informada combina conhecimento de ambos os tipos com disciplina na diversificação e monitorização contínua do teu investimento.