Por que o ROI é fundamental na sua análise de investimentos?
Quando decidimos colocar capital num ativo, a pergunta que realmente nos importa é simples: quanto vou ganhar ou perder? Aqui é onde entra em jogo o ROI, conhecido formalmente como Return on Investments ou rentabilidade económica. Este indicador mede o desempenho que obtemos ao investir o nosso dinheiro numa empresa específica em vez de outra alternativa.
A primeira vista parece simples, mas na prática tem nuances importantes que os investidores tendem a ignorar. A rentabilidade económica é sempre calculada com dados históricos, o que nos permite identificar tendências. No entanto, isso não garante sucesso futuro. Muitas das empresas que hoje são gigantes tecnológicas passaram anos com ROI negativo.
Vamos tomar dois exemplos extremos que ilustram perfeitamente:
Casos que desafiam a lógica: Amazon e Tesla
Amazon viveu vários anos consecutivos com rentabilidade económica em território negativo. Os investidores literalmente perdiam dinheiro no papel. No entanto, quem manteve o seu capital na empresa teria obtido retornos espetaculares anos depois.
Tesla foi ainda mais radical. Entre 2010 e 2013, o ROI atingiu máximos negativos de -201,37%. Qualquer investidor convencional teria fugido despavorido. Mas aquele que resistisse até hoje teria visto multiplicar o seu investimento mais de 150 vezes.
Estes casos revelam uma verdade incómoda: o ROI atual é útil, mas não é infalível.
Como diferenciar entre rentabilidade económica e rentabilidade financeira?
Aqui há uma confusão generalizada. Embora os termos soem sinónimos, operam de formas distintas:
Rentabilidade económica: avalia o desempenho sobre os ativos totais da empresa
Rentabilidade financeira: foca apenas nos fundos próprios investidos
Esta diferença pode gerar leituras completamente diferentes do desempenho empresarial, dependendo da estrutura de capital de cada companhia.
A fórmula do ROI: mais simples do que pensas
O cálculo é direto:
ROI = (Lucro ou Perda / Investimento Inicial) × 100
Vejamos dois exemplos práticos:
Exemplo como investidor individual:
Tens 10.000€ e decides investir 5.000€ na ação A e 5.000€ na ação B. Ao final:
Ação A: 5.960€ (lucro de 960€)
Ação B: 4.876€ (perda de 124€)
ROI A = (960 / 5.000) × 100 = 19,20%ROI B = (-124 / 5.000) × 100 = -2,48%
A ação A é claramente superior, mas observa que B gerou perda.
Exemplo como empresa:
Uma companhia investe 60.000€ na remodelação das suas lojas. A avaliação posterior valoriza esses locais em 120.000€.
ROI = (60.000 / 60.000) × 100 = 100%
O investimento duplicou o seu valor. Resultado ótimo.
Quando o ROI é o teu aliado mais confiável
Este indicador brilha especialmente em estratégias de investimento Value, onde procuras empresas consolidadas com histórico claro e resultados previsíveis. Aqui o ROI dá uma leitura direta da eficiência operacional.
A Apple é um exemplo magistral: o seu ROI atual supera os 70%, demonstrando que sabe extrair margens extraordinárias dos seus investimentos graças ao poder da sua marca e tecnologia.
No entanto, em empresas Growth (de crescimento) o ROI pode enganar. Uma startup que investe agressivamente em I+D mostrará ROI baixo ou negativo, mas pode estar a construir o próximo gigante do setor.
Forças e limitações do ROI
O que faz bem:
✓ Cálculo simples e direto
✓ Captura o total de investimento realizado
✓ Fácil de localizar em relatórios financeiros
✓ Aplica-se a ativos de natureza diversa
✓ Válido tanto para investidores individuais como para análise corporativa
O que não faz bem:
✗ Baseado completamente em dados históricos, difícil de projetar para o futuro
✗ Pode distorcer a avaliação de empresas orientadas à inovação
✗ Empresas com baixo gasto em investimento podem inflar artificialmente os seus números
✗ Gera “sinais falsos” em setores como biotech ou inteligência artificial
O veredicto: ROI é necessário, mas não suficiente
A rentabilidade económica deve fazer parte da tua análise, não ser a totalidade. Combina-o com outros rácios como PER, BPA e análise qualitativa da indústria.
Lembra-te: um ROI baixo pode indicar tanto uma empresa à beira da falência como uma inovadora que está a investir hoje para colher amanhã. Apenas uma visão integral da companhia permitirá distinguir uma oportunidade de uma armadilha.
Ao avaliares onde depositar o teu capital, considera o ROI como uma ferramenta dentro de um arsenal mais amplo de indicadores e análise fundamental.
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ROI: A métrica que todo investidor deve dominar para tomar decisões inteligentes
Por que o ROI é fundamental na sua análise de investimentos?
Quando decidimos colocar capital num ativo, a pergunta que realmente nos importa é simples: quanto vou ganhar ou perder? Aqui é onde entra em jogo o ROI, conhecido formalmente como Return on Investments ou rentabilidade económica. Este indicador mede o desempenho que obtemos ao investir o nosso dinheiro numa empresa específica em vez de outra alternativa.
A primeira vista parece simples, mas na prática tem nuances importantes que os investidores tendem a ignorar. A rentabilidade económica é sempre calculada com dados históricos, o que nos permite identificar tendências. No entanto, isso não garante sucesso futuro. Muitas das empresas que hoje são gigantes tecnológicas passaram anos com ROI negativo.
Vamos tomar dois exemplos extremos que ilustram perfeitamente:
Casos que desafiam a lógica: Amazon e Tesla
Amazon viveu vários anos consecutivos com rentabilidade económica em território negativo. Os investidores literalmente perdiam dinheiro no papel. No entanto, quem manteve o seu capital na empresa teria obtido retornos espetaculares anos depois.
Tesla foi ainda mais radical. Entre 2010 e 2013, o ROI atingiu máximos negativos de -201,37%. Qualquer investidor convencional teria fugido despavorido. Mas aquele que resistisse até hoje teria visto multiplicar o seu investimento mais de 150 vezes.
Estes casos revelam uma verdade incómoda: o ROI atual é útil, mas não é infalível.
Como diferenciar entre rentabilidade económica e rentabilidade financeira?
Aqui há uma confusão generalizada. Embora os termos soem sinónimos, operam de formas distintas:
Esta diferença pode gerar leituras completamente diferentes do desempenho empresarial, dependendo da estrutura de capital de cada companhia.
A fórmula do ROI: mais simples do que pensas
O cálculo é direto:
ROI = (Lucro ou Perda / Investimento Inicial) × 100
Vejamos dois exemplos práticos:
Exemplo como investidor individual:
Tens 10.000€ e decides investir 5.000€ na ação A e 5.000€ na ação B. Ao final:
ROI A = (960 / 5.000) × 100 = 19,20% ROI B = (-124 / 5.000) × 100 = -2,48%
A ação A é claramente superior, mas observa que B gerou perda.
Exemplo como empresa:
Uma companhia investe 60.000€ na remodelação das suas lojas. A avaliação posterior valoriza esses locais em 120.000€.
ROI = (60.000 / 60.000) × 100 = 100%
O investimento duplicou o seu valor. Resultado ótimo.
Quando o ROI é o teu aliado mais confiável
Este indicador brilha especialmente em estratégias de investimento Value, onde procuras empresas consolidadas com histórico claro e resultados previsíveis. Aqui o ROI dá uma leitura direta da eficiência operacional.
A Apple é um exemplo magistral: o seu ROI atual supera os 70%, demonstrando que sabe extrair margens extraordinárias dos seus investimentos graças ao poder da sua marca e tecnologia.
No entanto, em empresas Growth (de crescimento) o ROI pode enganar. Uma startup que investe agressivamente em I+D mostrará ROI baixo ou negativo, mas pode estar a construir o próximo gigante do setor.
Forças e limitações do ROI
O que faz bem:
✓ Cálculo simples e direto ✓ Captura o total de investimento realizado ✓ Fácil de localizar em relatórios financeiros ✓ Aplica-se a ativos de natureza diversa ✓ Válido tanto para investidores individuais como para análise corporativa
O que não faz bem:
✗ Baseado completamente em dados históricos, difícil de projetar para o futuro ✗ Pode distorcer a avaliação de empresas orientadas à inovação ✗ Empresas com baixo gasto em investimento podem inflar artificialmente os seus números ✗ Gera “sinais falsos” em setores como biotech ou inteligência artificial
O veredicto: ROI é necessário, mas não suficiente
A rentabilidade económica deve fazer parte da tua análise, não ser a totalidade. Combina-o com outros rácios como PER, BPA e análise qualitativa da indústria.
Lembra-te: um ROI baixo pode indicar tanto uma empresa à beira da falência como uma inovadora que está a investir hoje para colher amanhã. Apenas uma visão integral da companhia permitirá distinguir uma oportunidade de uma armadilha.
Ao avaliares onde depositar o teu capital, considera o ROI como uma ferramenta dentro de um arsenal mais amplo de indicadores e análise fundamental.