Os dados são bonitos, bonitos mesmo, mas a história do mercado é muito mais complexa.

Assim que os dados do CPI dos EUA foram divulgados, tornaram-se o centro das atenções — a leitura de 2,7% não só ficou abaixo do esperado, como também atingiu o nível mais baixo em mais de dois anos. Nas redes sociais, já há quem discuta a possibilidade de corte de juros, e até mesmo quem esteja cheio de expectativas para os próximos movimentos do mercado.

De fato, ao ver esses números, há uma sensação de alívio e clareza. Mas, ao virar a cabeça para o mercado, Bitcoin caiu rapidamente do pico de 89.500 dólares, chegando a tocar 84.400 dólares. Essa volatilidade intensa nos lembra mais uma vez: o mercado nunca segue um roteiro previsível.

**O verdadeiro significado dos dados de inflação**

A queda geral do CPI está diante de nós. O nível atual de inflação já se aproxima da meta de 2% estabelecida pelo Federal Reserve, algo que, após a pandemia, não acontecia há bastante tempo. Em outras palavras, o "controle da inflação" que o Fed sempre enfatizou finalmente começa a mostrar resultados visíveis.

A reação do mercado é tão forte porque, basicamente, há uma expectativa: a desaceleração da inflação pode significar que a janela para corte de juros está se abrindo. A probabilidade de o Fed cortar juros em janeiro subiu de 26,6% para 28,8% — parece uma mudança pequena, mas a direção já está bem clara.

Essa expectativa imediatamente influenciou o fluxo de fundos. O dólar enfraqueceu, os rendimentos dos títulos caíram, e ativos de risco como o Bitcoin foram impulsionados. A lógica é bastante direta: a expectativa de liquidez mais frouxa faz com que ativos de risco, como as criptomoedas, respondam de forma mais sensível a esses sinais.

**O que o mercado está negociando**

O mercado atual, essencialmente, está precificando uma expectativa — a de que a liquidez do mercado em breve será ampliada. Mas quão sólida é essa expectativa? A volatilidade de curto prazo já deu uma resposta.