As stablecoins se consolidaram como o pilar das finanças cripto globais nos últimos anos, com a Tether liderando esse movimento. Mais uma vez, a Tether está no centro das discussões do mercado devido a rumores sobre uma avaliação bilionária. Fontes apontam que a Tether busca captar recursos com uma avaliação próxima de US$500 bilhões, o que a coloca entre as empresas privadas mais valiosas do mundo—à frente de gigantes tecnológicos como OpenAI e ByteDance.
Com as taxas de juros globais em alta, a Tether vem obtendo receitas expressivas de juros de seus ativos em títulos do Tesouro dos EUA e operações de recompra, tornando-se uma das poucas empresas do setor a lucrar fortemente mesmo em períodos de baixa das criptomoedas. Em 2024, o lucro líquido da Tether está estimado em US$13,4 bilhões, impulsionado principalmente pelos juros sobre suas volumosas reservas em dólares. Em contraste, a OpenAI pode ter alcançado uma avaliação superior a US$300 bilhões, mas permanece em fase de investimentos e ainda não apresentou lucros relevantes. Já a Circle (emissora da USDC) registrou apenas US$156 milhões de lucro líquido em 2024—um valor relativamente modesto.
As taxas de juros e a demanda de mercado determinam a receita da Tether. Se as taxas caírem ou a procura por stablecoins diminuir, sua margem de juros será impactada de forma significativa. Os lucros elevados decorrem, sobretudo, do cenário atual de taxas, e não de um modelo de negócios desenhado para sustentabilidade de longo prazo.
Hoje, cerca de 90% das reservas da Tether estão alocadas em caixa e equivalentes—entre eles, títulos do Tesouro dos EUA de curto prazo, fundos de mercado monetário e operações de recompra. A Tether também mantém aproximadamente 82.000 Bitcoin e 48 toneladas métricas de ouro. Essa estrutura de ativos garante tanto liquidez quanto proteção, permitindo à Tether demonstrar solidez em situações de estresse de mercado. Ainda assim, alguns riscos persistem:
O perfil das reservas da Tether é suficientemente sólido para sustentar sua emissão e resgate. Contudo, a confiança do mercado a longo prazo exige avanços contínuos em transparência e gestão de riscos.
No terceiro trimestre de 2025, o USDT segue com uma participação de mercado de aproximadamente 59%, permanecendo como a stablecoin mais negociada no mundo. Entretanto, com a USDC retomando espaço regulatório e novos players como FDUSD e USDe ganhando tração, a competição está cada vez mais acirrada.
O valor de mercado da USDe cresceu US$9 bilhões em poucos meses de 2025, tornando-a a terceira maior stablecoin em circulação. O segmento de stablecoins ainda tem espaço para expansão, mas a liderança já não é garantida. O diferencial competitivo da Tether reside em sua rede de liquidez e reconhecimento internacional. Porém, diante do avanço da regulação e da preferência de países por stablecoins sob supervisão local, a influência global da Tether pode ser questionada.
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A lucratividade da Tether é evidente, e sua posição dominante no universo das stablecoins está consolidada. Para sustentar uma avaliação de US$500 bilhões, contudo, seu modelo de negócios precisa demonstrar resiliência mesmo em cenários de baixa de juros e alta regulação. Num ambiente de regulação crescente e fragmentação de mercado, a capacidade da Tether para justificar sua avaliação dependerá do compromisso com transparência, conformidade rigorosa e ampliação do uso. Se negligenciar riscos e ciclos do mercado, até a mais sólida narrativa de lucro enfrentará obstáculos inevitáveis.