A batalha antitrust do DOJ contra a Google acabou de enfrentar mais um obstáculo. A juíza responsável levantou algumas sobrancelhas recentemente em tribunal, expressando sérias preocupações sobre o que pode acontecer caso realmente obriguem a Google a vender o seu negócio de ad exchange.

A principal preocupação dela? Há duas questões que lhe tiram o sono. Primeiro, quanto tempo irá demorar todo este processo de venda? Estamos a falar de desmantelar uma parte enorme do império publicitário da Google, não é algo que se possa fazer de um dia para o outro. Segundo problema – e este é ainda mais complicado – quem é sequer qualificado para comprar? Não se pode simplesmente entregar uma das maiores plataformas de ad tech do mundo a qualquer comprador com bolsos fundos.

O ceticismo da juíza não surgiu do nada. Encontrar um comprador que seja financeiramente capaz e que não crie novos problemas de monopólio é como encontrar uma agulha num palheiro. Um comprador demasiado grande? Está-se a substituir um monopólio por outro. Pequeno demais? Pode não ter os recursos necessários para operar a plataforma de forma eficaz.

Este caso tem implicações para além da Google. A forma como os reguladores lidam com monopólios tecnológicos estabelece precedentes que se fazem sentir em toda a indústria digital, incluindo como poderão, no futuro, abordar o poder concentrado em exchanges de cripto e infraestruturas blockchain.