Ultimamente, quando se fala de projetos de IA no meio, a conversa começa logo com poder de computação, modelos, chips. Parece impressionante, mas se perguntares a esses equipas de IA o que mais lhes falta, a resposta de oito em cada dez será: dinheiro.

Treinar modelos consome dinheiro, alugar GPUs consome dinheiro, até a conta da electricidade pode deitar uma pequena equipa abaixo. À superfície, parece que todos competem em tecnologia, mas na realidade é uma competição de capacidade de financiamento. Só que o modelo tradicional de financiamento não é muito amigável para projetos de IA – os bancos não percebem o modelo de negócio, as instituições de investimento acham que o retorno demora demasiado e, agora, até os próprios VCs começam a apertar o cinto.

No fim, muitos projetos acabam por não ter alternativa senão recorrer à velha solução: lançar um token, inventar uma história e encontrar pequenos investidores para ficar com o prejuízo. Esta abordagem pode até angariar dinheiro no curto prazo, mas a longo prazo não traz valor nenhum ao sector; o financiamento é movido apenas por emoções e nunca chega realmente aonde é necessário.

Há um projeto que está a tentar uma abordagem diferente. Não se limita a transferir o conceito de IA para a blockchain, mas procura formas de canalizar o dinheiro on-chain de forma mais eficiente para a indústria da IA. O seu núcleo assenta em dois pontos:

Primeiro, digitalizar ativos do mundo real. Por exemplo, criar um dólar sintético (AID) garantido por dívida pública, tornando a origem dos fundos rastreável e o risco quantificável. Segundo, transformar todos os elementos relacionados com IA – receitas de aluguer de poder de computação, partilha de taxas de serviço, produção de equipamentos – em ativos financeiros que possam ser transaccionados, colateralizados e fracionados em blockchain.

Quais são as vantagens desta abordagem? O dinheiro on-chain deixa de servir apenas para especular sobre um token; passa a ser, de facto, o “canal de crédito” que sustenta o funcionamento da indústria. Os financiadores conseguem ver fluxos de rendimento reais; os projetos recebem apoio financeiro contínuo, sem terem de se preocupar todos os dias com estratégias para manter o entusiasmo do mercado.

Resumindo, o significado disto é —