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Os Contratos Inteligentes são Legalmente Executáveis?

Law and Ledger é um segmento de notícias focado em novidades legais sobre criptomoedas, trazido até si pela Kelman Law – Um escritório de advogados especializado em comércio de ativos digitais.

O seguinte editorial de opinião foi escrito por Alex Forehand e Michael Handelsman para Kelman.Law.

Podem os Smart Contracts Ser Executados Legalmente?

Se alguma vez se questionou se os smart contracts são legalmente executáveis, a resposta é frequentemente sim. No entanto, a execução depende dos princípios tradicionais do direito contratual, e não apenas do facto de o contrato estar codificado numa blockchain. Este artigo fornece uma visão geral sobre a exequibilidade dos smart contracts e dicas práticas para redigir contratos que sejam mais propensos a serem executáveis.

O Que São Smart Contracts e Porque a Exequibilidade Legal é Importante

Um smart contract é um acordo digital autoexecutável armazenado numa blockchain. Enquanto o código automatiza o cumprimento, os tribunais avaliam a sua exequibilidade com base nos princípios tradicionais do direito contratual: proposta, aceitação, contraprestação e intenção de vinculação.

Um smart contract assinado com uma chave criptográfica pode cumprir o requisito de intenção de assinar ao abrigo da UETA e do E-Sign Act. Este reconhecimento legal garante que os contratos em blockchain não são automaticamente inexequíveis apenas por existirem digitalmente.

Reconhecimento Estadual dos Smart Contracts

Alguns estados confirmaram explicitamente a exequibilidade dos smart contracts. Por exemplo, os Estatutos Revistos do Arizona §44‑7061 estabelecem que um contrato não pode ser privado de efeito legal apenas porque contém um termo de smart contract. Este estatuto reforça a posição legal dos acordos em blockchain e proporciona clareza tanto para programadores como para utilizadores.

Outros estados consideram que o direito contratual existente já governa adequadamente as complexidades dos smart contracts e, em vez disso, apenas reconhecem a utilização da tecnologia blockchain e dos smart contracts, sem conceder expressamente a sua exequibilidade.

Tribunais Focam-se no Consentimento, Não Apenas no Código

Jurisprudência recente deixa claro que, ao avaliar sistemas baseados em blockchain, os tribunais focam-se menos na complexidade técnica e mais nas questões fundamentais de consentimento e controlo.

Em Van Loon v. Department of the Treasury, o Quinto Circuito concluiu que os smart contracts imutáveis do Tornado Cash não podiam ser tratados como “propriedade” porque nenhuma pessoa ou entidade exercia o tipo de domínio tradicionalmente associado à propriedade. O tribunal enfatizou que nenhum interveniente podia excluir outros do uso dos contratos subjacentes e, por isso, o sistema carecia dos atributos essenciais de algo que pode ser possuído ou controlado.

Este tratamento reflete uma tendência judicial mais ampla de ver os smart contracts imutáveis como ferramentas tecnológicas autónomas, em vez de acordos convencionais baseados na agência humana. Essa distinção sublinha a necessidade emergente de quadros legais mais claros para abordar como—e contra quem—a conduta baseada em blockchain pode ser executada quando o próprio código opera sem um decisor centralizado.

Desafios no Direito dos Smart Contracts

Mesmo quando um smart contract é teoricamente exequível segundo os princípios tradicionais dos contratos, levanta um conjunto de desafios legais que não surgem em acordos convencionais. Como os “termos” operacionais estão embutidos no código, as partes podem ficar vinculadas por condições que nunca compreenderam realisticamente, levantando questões reais sobre se houve consentimento significativo.

A imutabilidade de muitos contratos baseados em blockchain também pode complicar a análise de responsabilidade—especialmente em acordos sem operador identificável ou entidade controladora, como destacado em CFTC v. Ooki DAO (Van Loon) e casos semelhantes que examinam atores descentralizados.

Alguns acordos de smart contract podem também desencadear a aplicação do estatuto das fraudes, exigindo um documento assinado para a sua exequibilidade; nesses contextos, a ausência de uma assinatura tradicional ou instrumento escrito obriga os tribunais a decidir se as ações on-chain constituem um “escrito” legalmente suficiente.

E, embora a automação possa reduzir a necessidade de envolvimento humano diário, não elimina disputas. Quando a execução falha, ou quando o código não reflete as expectativas reais das partes, os mecanismos tradicionais de resolução de litígios—arbitragem, litígio ou uma governação off-chain definida contratualmente—devem continuar a servir como salvaguarda final.

Dicas Práticas para Smart Contracts Exequíveis

Para maximizar a exequibilidade dos smart contracts, considere:

  1. Incluir um acordo em linguagem simples que reflita o código on-chain.
  2. Utilizar uma estrutura híbrida que combine contratos off-chain com execução on-chain.
  3. Incluir cláusulas de resolução de litígios para arbitragem ou recurso aos tribunais.
  4. Garantir que os mecanismos de assinatura (ex., chaves criptográficas) cumprem a UETA ou E-Sign.
  5. Implementar uma governação transparente para quaisquer atualizações ou funcionalidades mutáveis.

Conclusão: Os Smart Contracts São Legalmente Vinculativos?

Sim — quando cumprem os padrões tradicionais do direito contratual. Os tribunais executam smart contracts que demonstrem consentimento claro, divulgação adequada e mecanismos válidos de assinatura. O facto de um contrato ser executado numa blockchain não lhe confere automaticamente força legal.

Ao combinar automação on-chain com clareza legal off-chain, as partes podem maximizar a exequibilidade dos smart contracts, ao mesmo tempo que mitigam o risco legal em 2025 e além.

Na Kelman PLLC, incentivamos os clientes do setor dos ativos digitais a manterem-se atentos ao panorama legal em constante mudança no espaço das criptomoedas. Continuamos a acompanhar os desenvolvimentos na regulação das criptomoedas em várias jurisdições e estamos disponíveis para aconselhar clientes que naveguem nestes cenários legais em evolução. Para mais informações ou para agendar uma consulta, por favor contacte-nos aqui.

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