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A Tether interrompeu urgentemente um projeto de Mineração de Bitcoin de 500 milhões de dólares no Uruguai, o motivo é que os custos de eletricidade eram muito altos?

O gigante das moedas estáveis Tether oficialmente parou suas operações de mineração de Bitcoin de 500 milhões de dólares no Uruguai, principalmente devido aos altos custos de energia e à falta de uma estrutura tarifária previsível. O projeto realmente investiu apenas 100 milhões de dólares e a interrupção do fornecimento de energia foi causada pela dívida de 5 milhões de dólares em contas de eletricidade, forçando a demissão de 30 funcionários. Este incidente destaca a extrema sensibilidade da mineração cripto aos preços de energia e pode afetar a meta estratégica da Tether de controlar 1% da rede Bitcoin global. Análises do setor indicam que o foco da mineração está se deslocando rapidamente para regiões de baixo custo, como Paraguai e El Salvador.

Projeto de Mineração Tether no Uruguai é Parado Urgentemente: Da Ambição à Realidade

O projeto de mineração de Bitcoin da Tether no Uruguai foi visto como um marco para sua expansão na América do Sul, mas acabou com um desfecho dramático. De acordo com o jornal uruguaio “El Observador”, a Tether enviou um aviso de rescisão ao Ministério do Trabalho através da subsidiária local Microfin, e no final de julho, teve o fornecimento cortado pela empresa estatal de eletricidade UTE devido ao não pagamento de 5 milhões de dólares em contas de energia. Esta decisão resultou na demissão de 30 dos 38 funcionários, mantendo apenas alguns membros essenciais para lidar com as questões subsequentes, refletindo a drástica mudança do projeto de um lançamento de alto perfil para uma contração repentina.

O projeto foi lançado inicialmente em maio de 2023, e o CEO da Tether, Paolo Ardoino, elogiou o Uruguai por “ter uma rede elétrica robusta e confiável, capaz de atender às necessidades da indústria moderna”. O investimento inicial planejado era de 500 milhões de dólares para construir três centros de dados nas províncias de Flórida e Tacuarembó, juntamente com um parque de geração de energia eólica e solar com uma capacidade instalada de 300 megawatts. No entanto, o progresso real ficou muito aquém das expectativas: apenas 100 milhões de dólares foram gastos, e mais 50 milhões de dólares foram reservados para infraestrutura, que originalmente deveria pertencer à UTE e ao sistema interconectado nacional, mas agora se tornou uma miragem.

Do ponto de vista da indústria, a retirada da Tether não é um caso isolado. Desde 2023, várias empresas de mineração em todo o mundo ajustaram suas operações devido à volatilidade dos preços da energia, como a Core Scientific que solicitou recuperação judicial nos EUA, enquanto o caso do Uruguai atesta ainda mais a vulnerabilidade de projetos em regiões de altos custos. Analistas apontam que a decisão da Tether pode afetar a confiança de outras instituições no mercado de mineração da América do Sul, especialmente em áreas que dependem da rede elétrica e carecem de garantias de preços de energia a longo prazo.

Custo de energia e incerteza política: a última gota que fez transbordar o copo

A principal razão para o fracasso do projeto no Uruguai foi a disparada dos custos de energia e a falta de um quadro tarifário. A Tether deixou claro em uma carta à UTE: “Acreditamos no potencial do país, mas projetos desse porte requerem um quadro tarifário competitivo e previsível.” Embora o Uruguai seja conhecido por sua alta proporção de energia renovável (98% em 2023), o mecanismo de preços de eletricidade liberalizado levou a uma volatilidade acentuada, com o preço de eletricidade no atacado aumentando 30% no primeiro semestre de 2024 em relação ao ano anterior, o que representa uma grande pressão para a mineração de Bitcoin, que é intensiva em consumo de energia.

A mineração de Bitcoin é essencialmente uma competição de cálculos, onde os mineradores validam transações resolvendo problemas matemáticos complexos e recebem recompensas, todo o processo consome uma grande quantidade de eletricidade. A Tether planejava inicialmente utilizar a energia eólica e solar local para alcançar uma “mineração sustentável”, mas a intermitência das energias renováveis exige suporte de uma rede elétrica de backup, enquanto a rede elétrica do Uruguai depende de eletricidade importada a preços elevados durante a estação seca, aumentando ainda mais os custos. Além disso, o governo não implementou tarifas elétricas especiais para as empresas de mineração, tornando difícil para a Tether assegurar custos a longo prazo, resultando finalmente na ruptura da cadeia de suprimentos devido a uma dívida de 5 milhões de dólares.

Este caso revela a profunda ligação entre a mineração cripto e as políticas energéticas. Dados da Associação de Mineração do Uruguai mostram que, em 2023, a mineração de Bitcoin no país consumiu cerca de 2% do total de eletricidade do país, mas o governo não lançou zonas de mineração ou reduções de impostos como fez o Paraguai. Em contrapartida, o Paraguai oferece uma tarifa fixa de 0,05 dólares por quilowatt-hora para os mineradores, enquanto a média no Uruguai atinge 0,12 dólares, apresentando uma clara desvantagem de custos. A saída da Tether pode levar o Uruguai a reavaliar sua estratégia de ativos digitais, mas a curto prazo é difícil reter grandes empresas de mineração.

Tether projeto Uruguai pontos de dados chave

  • Valor total do investimento planejado: 5 milhões de dólares
  • Montante real gasto: 1 milhão de dólares
  • Fundo reservado para infraestrutura: 50 milhões de dólares
  • Valor da dívida de eletricidade: 500 milhões de dólares
  • Taxa de despedimentos: 30/38 (aproximadamente 79 %)
  • Capacidade de geração planejada: 300 megawatts (energia eólica + solar)
  • Número de centros de dados: 3 (Flórida e Takuarenbo)

Ajuste da estratégia de Mineração global da Tether: a ambição de controlar 1% da rede Bitcoin

Apesar das dificuldades no Uruguai, a Tether não diminuiu sua expansão global na mineração de Bitcoin. A empresa anunciou já em julho de 2023 a meta de controlar 1% da capacidade de hash da rede global de Bitcoin, equivalente a cerca de 300 mil máquinas de mineração. Para alcançar essa ambição, a Tether tem colaborado com várias empresas de energia sustentável, com foco na promoção de projetos no Paraguai e em El Salvador, com cada local planejado para ter uma capacidade de 40 a 70 megawatts, aproveitando os baixos custos da energia hidrelétrica e geotérmica local.

A estratégia de mineração da Tether cria sinergias com seu negócio de moedas estáveis. Como emissora de USDT, a Tether detém uma grande quantidade de equivalentes de caixa e títulos do governo, enquanto a mineração de Bitcoin pode diversificar a alocação de ativos e proteger contra a inflação das moedas fiduciárias. Os dados on-chain mostram que, no segundo trimestre de 2024, o valor do Bitcoin detido pela Tether supera 1,5 bilhões de dólares; se a meta de poder de hash for alcançada, suas reservas e produção de Bitcoin serão ainda mais aumentadas, solidificando sua posição central no ecossistema de ativos de criptografia.

No entanto, o incidente no Uruguai expôs os desafios na execução da estratégia. O controle dos custos de energia tornou-se uma variável chave para a lucratividade da mineração, de acordo com os dados da CoinShares, o ponto de equilíbrio da mineração de Bitcoin está em torno de 30.000 a 40.000 dólares, assumindo que o custo da eletricidade ultrapasse 0,1 dólares/kWh, a maioria das minas enfrentará pressão. A Tether precisa equilibrar velocidade e estabilidade em sua expansão, especialmente em um ambiente de altas taxas de juros, onde os gastos de capital precisam ser mais cautelosos. Observadores da indústria acreditam que seu sucesso dependerá da capacidade de replicar o modelo de integração “energia-mina” em regiões favoráveis às políticas.

Mineração de Bitcoin: A nova tendência impulsionada pelos custos de energia

O caso da Tether é um reflexo da migração global da mineração de Bitcoin. Nos últimos dois anos, as empresas de mineração têm transferido-se de regiões de alto custo para centros de energia de baixo preço, como o Texas, nos EUA, que atraiu grandes investimentos devido ao mercado elétrico com regulamentação mais flexível e à abundância de gás natural, enquanto o Paraguai, com a sua energia excedente da Usina Hidrelétrica de Itaipu, tornou-se um novo ponto quente na América do Sul. Dados mostram que, em 2023, a distribuição global de hashrate de Bitcoin na América Latina aumentou de 5% para 12%, mas a competição interna está intensificando a diferenciação regional.

A lógica básica por trás dessa migração é a economia da mineração. O consumo de energia da mineração de Bitcoin representa cerca de 0,5% do consumo global de eletricidade, mas os mineradores são extremamente sensíveis ao preço da eletricidade, uma diferença de 0,01 dólares/quilowatt-hora pode determinar lucro ou prejuízo. A desvantagem do preço da eletricidade no Uruguai torna difícil competir com os países vizinhos: o preço da eletricidade no Paraguai é de apenas 0,05 dólares, enquanto El Salvador utiliza geotermia vulcânica para fornecer um preço de 0,08 dólares, enquanto a média do Uruguai é de 0,12 dólares e apresenta grande volatilidade. Além disso, a transparência das políticas é crucial, por exemplo, El Salvador oferece garantias legais através da “Lei do Bitcoin”, enquanto o Uruguai ainda está em um vácuo legislativo.

Para os investidores, a mudança geográfica da mineração traz novas oportunidades e riscos. Recomenda-se prestar atenção às empresas listadas que estão se expandindo em regiões de baixo custo, como a Marathon Digital no Paraguai, ou a projetos que combinam energia renovável com mineração. Mas, ao mesmo tempo, é necessário estar atento aos riscos políticos, como a redução abrupta do poder de computação causada por cortes de energia no Cazaquistão em 2022. A longo prazo, a mineração pode acelerar a otimização da estrutura energética global, mas a dor de curto prazo é difícil de evitar, e a retirada da Tether é apenas o prólogo da consolidação do setor.

O futuro da mineração sustentável: desafios e oportunidades coexistem

O projeto do Uruguai paralisado levanta reflexões sobre a viabilidade da mineração cripto sustentável. A Tether planejava originalmente alcançar “mineração com zero carbono” através de usinas de energia solar e eólica, mas a realidade provou que a intermitência das energias renováveis e os custos de armazenamento ainda são gargalos para a sua aplicação em larga escala. O relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) aponta que, em 2023, as emissões de carbono da mineração de Bitcoin no mundo foram de cerca de 65 milhões de toneladas, embora 39% utilizem fontes renováveis, a maioria ainda depende de backup da rede elétrica, com pouquíssimos projetos realmente fora da rede.

A inovação tecnológica está parcialmente a aliviar essa contradição. Por exemplo, as empresas de mineração começaram a experimentar máquinas de mineração modular, que se ativam automaticamente quando há excesso de eletricidade, evitando congestionamentos na rede elétrica. Ao mesmo tempo, o mecanismo de halving do Bitcoin (previsto para 2028) está a impulsionar os mineradores a atualizar os equipamentos de eficiência energética, com a nova geração de Antminer S21 a ter um consumo de energia de 15 joules/terahash, um aumento de 30% em relação aos modelos antigos. Esses avanços tornam a mineração mais ecológica, mas resta saber se a velocidade de redução dos custos pode compensar o aumento dos preços da energia.

Do ponto de vista do mercado, a mineração sustentável pode se tornar um ponto de diferenciação competitiva. Com a União Europeia avançando com o imposto sobre carbono nas fronteiras e a SEC dos EUA enfatizando a divulgação de ESG, as empresas de mineração que adotam energia limpa podem atrair o interesse dos investidores. Se a Tether puder implementar estratégias renováveis em projetos como no Paraguai, poderá remodelar a imagem da indústria, mas deve evitar um avanço precipitado à la Uruguai. No final, o futuro da mineração de Bitcoin não depende apenas do poder computacional, mas também de como equilibrar crescimento e sustentabilidade.

Conclusão

A terminação do projeto da Tether no Uruguai não é apenas um ajuste estratégico empresarial, mas também um marco na maturação da indústria de mineração cripto. Revela uma realidade: na era da crescente institucionalização do Bitcoin, a mineração deixou de ser uma exploração primitiva e tornou-se um jogo de cálculos precisos envolvendo capital, energia e políticas. Com a aceleração da transição energética global, as empresas de mineração devem aprender a navegar na incerteza, e as lições da Tether poderão inspirar mais jogadores a explorar caminhos sustentáveis – afinal, no mundo da blockchain, o verdadeiro valor não vem apenas do código, mas também da simbiose com a realidade.

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