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A "prémio do kimchi" na Coreia do Sul enfrenta uma atualização regulatória: as trocas perdem o poder de decisão sobre listagens, com novas regras previstas para aprovação até ao final do ano

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Autor: Nancy, PANews

O “prémio do kimchi” exclusivo da Coreia do Sul tem proporcionado às trocas de criptomoedas locais um forte efeito de aumento de listagens, sendo não apenas um “bilhete dourado” para os projetos obterem atenção de capital e exposição de marca, mas também um importante indicador de sentimento de medo de ficar de fora (FOMO) para os investidores entrarem no mercado.

Recentemente, com a Comissão Financeira da Coreia (FSC) a divulgar um novo plano de legislação sobre ativos virtuais, incluindo o aumento dos requisitos para listagem, a regulamentação das negociações, a introdução de supervisão de Stablecoins, o mercado de criptomoedas da Coreia está a acelerar a sua entrada numa era de regulamentação mais institucionalizada e regulada 2.0.

As novas regras deverão ser submetidas ao parlamento até ao final do ano: requisitos mais rigorosos para listagem, primeira regulamentação de Stablecoins

À medida que as principais economias, como os Estados Unidos, o Japão e a União Europeia, aceleram o processo de institucionalização dos ativos virtuais, a Coreia também está a reforçar a construção de um sistema de supervisão abrangente, mantendo simultaneamente a inovação no mercado.

Recentemente, a FSC anunciou o plano de uma “Lei de Ativos Virtuais fase 2”, com o objetivo de passar a atividade de listagem de moedas das atuais regras de autorregulação para um sistema de supervisão governamental mais aberto e rigoroso, com vista a aumentar a transparência das negociações e a proteção dos investidores.

No que diz respeito à supervisão de listagem, a FSC planeia exigir que as trocas estabeleçam critérios claros para listagem e exclusão, regras para pausas e retomadas de negociação, bem como divulgações de informação, de modo a resolver problemas anteriores de revisão insuficiente de listagens e entrada de ativos de risco no mercado. De facto, na quarta reunião do Comité de Ativos Virtuais deste ano, já foi enfatizado o problema da listagem, tendo a FSC anunciado a implementação, a partir de 1 de junho, de uma revisão ao “Exemplo de Apoio à Negociação”, que exige que as novas moedas a serem listadas tenham um volume mínimo de circulação e limite às ordens de preço de mercado na fase inicial de listagem, para evitar “manipulação de listagem” e a especulação com moedas zumbi ou MEME.

No que respeita à definição legal e às normas de conduta empresarial, a FSC irá alterar a terminologia de “ativos virtuais” para “ativos digitais” e incluir oficialmente o conceito de “livro distribuído” na definição, reforçando assim a clareza e operacionalidade da legislação. Além disso, o projeto de lei segmenta as atividades dos operadores, distinguindo entre trocas de ativos virtuais, negociantes, gestores e custodiante, e introduz normas proibindo negociações com informações privilegiadas e manipulação de mercado. Esta detalhação ajudará a clarificar as responsabilidades legais dos diferentes participantes, reduzir zonas cinzentas na supervisão e criar um efeito dissuasor contra a manipulação de mercado.

No que diz respeito à concorrência e questões de monopólio, devido à elevada quota de mercado em won coreano de trocas como Upbit e Bithumb, a FSC está a colaborar com a Comissão de Comércio Justo (Fair Trade Commission) para realizar estudos nesta área. Esta iniciativa ajudará a manter a vitalidade do mercado coreano e a incentivar o desenvolvimento de trocas de menor dimensão, aumentando as opções de mercado.

É importante destacar que a FSC também lançou oficialmente a estrutura de supervisão de Stablecoins, apoiando o desenvolvimento do mercado de Stablecoins para serviços financeiros como pagamentos, remessas e transações transfronteiriças, ao mesmo tempo que garante medidas de proteção adequadas. Segundo o plano, a FSC pretende introduzir um sistema de licenciamento para emissores de Stablecoins, exigindo que estes mantenham reservas em ativos de alta liquidez, como depósitos e títulos do Estado, com uma proporção de reservas superior a 100%, e estabeleçam mecanismos de proteção do direito de resgate dos utilizadores.

Ao mesmo tempo, a Coreia, em princípio, não permitirá que Stablecoins de pagamento gerem juros por posse ou uso, e irá explorar um modelo de consórcio liderado por bancos, limitando as fintechs a atuarem apenas como parceiras tecnológicas, proibindo as trocas de ativos virtuais de emitir Stablecoins por conta própria. O desenho regulatório irá basear-se na experiência de sistemas de Stablecoins estrangeiros, como Tether e Circle (USDC).

“Vamos elaborar a segunda fase da legislação através de consultas com as instituições relevantes e discussões no Comité de Ativos Virtuais, apoiando ativamente a sua apreciação pelo parlamento. Ainda estamos na fase inicial do desenho do sistema, por isso é fundamental que haja mecanismos de segurança adequados. As entidades relevantes estão a negociar detalhadamente e já entraram na fase final de coordenação, com previsão de submissão até ao final do ano”, afirmou Lee Euyuan, presidente da FSC.

A “Exército de Formigas” da Coreia do Sul a invadir o mercado de criptomoedas, com a regulamentação a avançar para a era 2.0

Os investidores de retalho na Coreia são conhecidos por serem aventureiros e por perseguirem ativos altamente voláteis nos mercados financeiros globais, com uma forte presença de FOMO nas suas ações de investimento.

De acordo com dados da Yonhap News Agency, até agosto deste ano, mais de 10.000 investidores nas cinco principais trocas de won coreano possuíam ativos virtuais superiores a 1 bilhão de won (cerca de 71 mil dólares), e o número total de contas ativas de negociação atingia 10,86 milhões, representando cerca de 20% da população do país. Este dado impressionante demonstra a penetração dos investimentos em criptomoedas na sociedade coreana.

Hoje, o won coreano tornou-se na segunda maior moeda de negociação de criptomoedas a seguir ao dólar, e os investidores de retalho na Coreia estão ainda mais interessados em especular com “moedas de small-cap”. Segundo a Bloomberg, a “exército de formigas” (cerca de 14 milhões de investidores de retalho) está a ser arrastada por preços elevados de imóveis e ansiedade económica, perseguindo ativos de alto risco, desde ETFs alavancados a criptomoedas e até altcoins extremamente voláteis. Nos últimos cinco anos, o volume de empréstimos de margem triplicou, com uma grande quantidade de fundos a sair de contas bancárias e a entrar nestes mercados de alto risco. A popularidade dos investidores de retalho na Coreia faz com que, nas trocas locais, as negociações de altcoins representem mais de 80% do volume, muito acima da média global (que normalmente combina Bitcoin e Éter em cerca de 50%).

Este fenómeno de investimento massivo não só está a reescrever o ecossistema financeiro da Coreia, como também a suscitar preocupações regulatórias. De facto, os investidores de retalho têm uma influência significativa na bolsa de valores do país, representando cerca de dois terços do volume diário de negociações. Anteriormente, o governo coreano chegou a suspender planos de imposto sobre ganhos de capital devido à forte oposição dos investidores de retalho. Agora, eles estão a invadir em massa o mercado de criptomoedas, especialmente após a eleição de Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos, com o volume de negociações nas trocas locais a atingir cerca de 80% do volume de transações do índice Kospi, incluindo Stablecoins, que também atraíram muita atenção. Além disso, devido à regulamentação rigorosa no país, muitos investidores estão a transferir as negociações para mercados estrangeiros.

Para lidar com este ambiente de mercado de alto risco, a Coreia tem vindo a implementar, nos últimos anos, legislação e sistemas que enquadram o entusiasmo dos investidores de retalho numa estrutura financeira mais sólida.

Em setembro de 2021, a Coreia implementou oficialmente a “Lei de Utilização e Relato de Informação de Transações Financeiras Específicas” (conhecida como “Lei de Transações Específicas”), que estabeleceu a primeira estrutura de conformidade e transparência para o mercado de ativos virtuais. Segundo esta lei, os provedores de serviços de ativos virtuais (VASP) devem registar-se junto da Unidade de Inteligência Financeira da Coreia (FIU), tal como os bancos tradicionais e as instituições de valores mobiliários, e obter a verificação de contas reais e a certificação do Sistema de Gestão de Segurança da Informação (ISMS) para operarem legalmente. Dados recentes divulgados pela FSC indicam que, devido ao aumento dos custos de conformidade, o número de trocas registadas caiu de 60 para 29.

Em março de 2022, a Coreia tornou-se o primeiro país do mundo a implementar oficialmente a “Regra de Viagem”, que exige que os VASP coletem e armazenem informações sobre as partes envolvidas em transações superiores a 1 milhão de won (cerca de 840 dólares), com o objetivo de prevenir lavagem de dinheiro e fluxos ilegais de fundos. Este marco representa uma transição da fase de “barreira de entrada” para uma fase de “controlo na fase de negociação”.

Em 19 de julho de 2024, a Coreia implementou a “Lei de Proteção de Utilizadores de Ativos Virtuais”. Esta legislação centra-se na proteção da segurança dos ativos dos utilizadores, na regulamentação das negociações de mercado e no fortalecimento do poder de supervisão, combatendo manipulação de mercado, negociações com informações privilegiadas e práticas desleais, além de conferir às autoridades reguladoras mais poderes de intervenção. A aprovação desta lei é vista como uma resposta às várias falências de trocas e perdas de investidores ocorridas recentemente, e como um passo na construção de um mercado de criptomoedas mais saudável, transparente e regulamentado.

Com a chegada da segunda fase da legislação sobre ativos virtuais, a Coreia avança para uma legislação mais abrangente e sistemática. Ao clarificar as regras, eliminar pontos cegos no mercado, reforçar a proteção dos utilizadores e aumentar a previsibilidade da inovação no setor, o país está a dar passos decisivos rumo a um mercado de criptomoedas mais maduro.

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